A big rider brasileira Michaela Fregonese surfou no último domingo (22) uma onda que tem sido apontada como a maior já encarada por uma mulher em Jaws, no Havaí. A paranaense de 43 anos, frequentadora do tradicional pico havaiano e indicada ao Big Wave Awards - o "Oscar das ondas grandes" - justamente por uma bomba surfada no local em 2019, brilhou em um dos paredões mais impressionantes do dia no maior swell do local nos últimos 20 anos.
A onda de Michaela, que começou no bodyboard aos 12 anos de idade e aos 16 adotou a pranchinha, foi uma das maiores de um dia em que o mar chegou a 70 pés, cerca de 21 metros. No cenário de ondas grandes, recordes só são validados após um longo processo de análise, com base em fotos e vídeos da performance do surfista. A estatura do atleta é utilizada como escala para determinação da altura da onda e as maiores de toda a temporada são premiadas no Big Wave Award, cerimônia anual da World Surf League (WSL).
- É uma onda muito difícil de fazer. Já desci ondas gigantes em Nazaré, mas essa é muito mais difícil pois é fundo de coral. Então o tamanho da onda, junto com a energia do swell, criaram bombas muito sinistras, fazendo com que muitos caiam no meio da onda - disse Michaela após o feito.
A onda em que Michaela pode ter feito história fica no North Shore havaiano, cinco quilômetros a leste de Paia, na ilha de Maui, e leva oficialmente o nome de Peahi, mas é conhecida como Jaws (mandíbula em inglês) no mundo do surfe. O apelido é uma referência ao filme "Tubarão", de Steven Spielberg, e também a seu poder triturador. Aclamada como a mais pesada do Oceano Pacífico, Jaws pode chegar a 25 metros de altura e é o cenário da maior onda surfada a cada ano com maior frequência do que qualquer outro pico do planeta.
Figurinha fácil em picos de ondas grandes como Jaws, Nazaré e Puerto Escondido, Michaela eventualmente caça bombas também em território nacional. Em 2021, ela se tornou a primeira mulher a surfar a mítica "Avalanche", no Espírito Santo. O pico ganhou fama depois de um swell histórico em julho de 2019, quando o carioca Ian Vaz surfou uma onda estimada em 11m de altura, e é muito procurada por big riders quando grandes ondulações atingem a Região Sudeste do Brasil.
Em 2018, Michaela surfou pela primeira vez o pico conhecido como Urca do Minhoto, que fica a 29 km da costa brasileira, próximo ao litoral do Rio Grande do Norte. A paranaense encontrou um swell de 10 a 12 pés (cerca de 4m de altura) que definiu como uma "mistura de Havaí com Indonésia", e apontou a onda como a melhor que já surfou no Brasil.
O recorde mundial de maior onda surfada por uma mulher atualmente pertence à também brasileira Maya Gabeira, que desceu uma bomba de 22,4 metros em Nazaré, Portugal, em 2020. Na ocasião, a surfista bateu a própria marca anterior, de 20 metros, e o feito foi oficializado pelo Guinness Book.
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