Lance de Sorte
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VÔLEI

Conheça Davi Tenório, central de 19 anos e 2,13 m de altura que surge como promessa do vôlei brasileiro

Atleta do Lube Civitanova, um dos principais times da Europa, Davi vai estar em Uberlândia para o Mundial de Clubes de Vôlei Masculino

13/12/2024 10h38Atualizado há 1 mês
Por: Redação
Fonte: GloboEsporte.com

Aos 19 anos e com 2,13 metros de altura, o brasileiro Davi Tenório é uma das jovens promessas que podem despontar no voleibol mundial nos próximos anos. Morando na Europa desde a infância e sem nunca ter jogado no Brasil, o central foi contratado pelo Lube Civitanova, um dos principais times da Itália, e tem conquistado cada vez mais espaço.

Com o sonho de jogar as Olimpíadas no futuro — ele tem apenas a nacionalidade brasileira, por enquanto — Davi será uma das atrações do Mundial de Clubes Masculino, que começa no dia 10 de dezembro no Ginásio do Sabiazinho, em Uberlândia. O Brasil estará representado por Cruzeiro e Praia Clube na competição, que reúne os melhores times de quatro continentes: América do Sul, Europa, Ásia e África.

Conexão Brasil-Andorra

 

Nascido em São Paulo, Davi cresceu em uma casa de atletas. O pai, Daniel Mininel, foi jogador de vôlei e atuou como central em várias times do vôlei brasileiro no fim da década de 1990 e início dos Anos 2000, como Banespa, São Caetano, Sorocaba, Pinheiros e Fluminense. A mãe, Clarissa, também praticou o esporte até entrar na universidade.

Em 2014, Davi se mudou para Andorra, um pequeno país "cravado" na fronteira entre França e Espanha. O ainda menino de 8 anos foi para a Europa acompanhar o pai, que hoje é treinador do Clube de Andorra. Foi do outro lado do Atlântico que os primeiros passos como atleta foram trilhados.

 

— O time do meu pai, da criançada da minha idade, quando eu tinha uns 10 anos, tinha classificado para um campeonato da Espanha, um campeonato de clubes, e ele perguntou para mim se eu queria ir lá jogar com eles. Eu já conhecia eles, eram meus amigos, e eu falei "bora lá". Era no verão, não tinha nada o que fazer. Eu achei que foi uma experiência muito linda, viajar com os meus amigos, ficar em um hotel uma semana, jogar vários jogos no dia. A gente não ganhou, não ficou no pódio, mas era uma experiência muito bonita, muito legal. Eu tenho muitas boas lembranças com eles — contou o brasileiro ao ge.

Com o tempo, o gosto pelo esporte cresceu junto com a altura, e Davi passou a se destacar. O bom desempenho do brasileiro chamou a atenção do voleibol espanhol, e ele passou a jogar pelo Soria em 2021. Pelo novo time, como reserva, conquistou a Copa do Rei na temporada 2022/23.

Na camisa do Soria, Davi usava o nome "Pequeño", uma referência ao apelido que o pai tinha quando jogava no Brasil: "Pequeno".

Ainda jovem e buscando espaço entre os profissionais, o brasileiro teve a grande oportunidade da carreira em 2023 e atuou como titular na reta final da Superliga espanhola. A chance de jogar partidas decisivas abriu as portas para Davi.

— Ano passado eu terminei jogando os play-offs, as semifinais e a final, porque o central do meu time machucou a panturrilha, e aí eu tive que jogar. Foi uma oportunidade bastante boa para mim, que eu consegui aproveitar, eu estive o ano todo lá treinando para jogar, e no final surgiu a oportunidade, eu mandei bala.

"A gente já tinha um contato com os caras do Lube, eles já tinham conversado com a gente. Depois disso, fomos conversando e deu tudo certo, e me deram a oportunidade de vir para cá", explicou.

Nova casa

 

No Civitanova desde setembro, Davi divide posição com o francês bicampeão olímpico Barthélémy Chinenyeze, o experiente sérvio Marko Podrascanin e o italiano Giovanni Gargiulo. Nomes de peso que tem ajudado o brasileiro a crescer no esporte.

— Estou jogando com os melhores jogadores do mundo, e contra os melhores jogadores do mundo, então é uma experiência muito boa, mas também é difícil. Eu achei que ia ser tudo muito legal, mas é complicado também. Isso aí você só vê quando você está aqui mesmo, leva as boladas e já era.

Se a competição interna é pesada, a adaptação não tem sido problema para Davi. Brasileiros são figurinhas comuns na história do clube italiano, que já contou com Maurício, Bruninho, Leal e Lucarelli no passado.

— O pessoal aqui ama brasileiro. Esses caras aqui que já levam um tempo jogando na liga italiana, jogaram com brasileiros, contra brasileiros, e eles sempre me falam bem. Por exemplo, aqui no time, o Eric Loeppky, ponta canadense, que jogou com o Cachopa [levantador da Seleção Brasileira e do Monza] no ano passado, e ele fica me contando as coisas que o Cachopa fazia no time, é bem legal.

 

E a Seleção?

 

Há uma década no exterior, Davi pode se candidatar a trocar de nacionalidade e defender outros países nos próximos anos, se quiser. Até o momento, ele conta que ainda não se decidiu e segue com a nacionalidade brasileira, e que tem o sonho de jogar uma edição de Jogos Olímpicos.

"Eu gostaria muito de participar nas Olimpíadas. Afinal, acho que as Olimpíadas é o sonho de todo atleta, de qualquer esporte. É uma competição incrível. Eu acho que isso seria uma honra para mim, mas por enquanto tenho que continuar treinando, pensar em melhorar", afirmou.