A morte de Diego Armando Maradona completa quatro anos nesta segunda-feira. A lenda do futebol morreu no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, quando se recuperava de uma cirurgia de um hematoma na cabeça sofrido num acidente doméstico. E, de lá para cá, o adeus ao ídolo se tornou caso de Justiça, com os profissionais de saúde que cuidavam do ex-jogador acusados de negligência. Uma ré começou a ser julgada em outubro, enquanto outros sete ainda aguardam julgamento.
Diego Armando Maradona morreu em Tigre, na zona metropolitana de Buenos Aires, após uma parada cardiorrespiratória. Em processo de recuperação de uma cirurgia no cérebro, ele sofreu um mal súbito no fim da manhã daquele dia e não resistiu.
A Justiça da Argentina decidiu, em abril de 2023, levar os profissionais a julgamento. Em documento, a Câmara de Apelações e Garantias de San Isidro afirma que o grupo "incorreu em ações e omissões defeituosas, determinantes para o resultado da morte ora imputada". Um relatório de uma junta médica havia indicado que o ídolo argentino foi "abandonado à própria sorte", com "tratamento inadequado, deficiente e imprudente".
Oito profissionais da saúde são réus no caso da morte de Maradona: o neurocirurgião Leopoldo Luque; a psiquiatra Agustina Cosachov; o psicólogo Carlos Díaz; a médica que coordenava os cuidados domiciliares, Nancy Forlini; o coordenador de enfermagem Mariano Perroni; o enfermeiro Ricardo Omar Almirón; a enfermeira Dahiana Gisela Madrid; e o médico clínico Pedro Di Spagna.
Apenas uma ré entre os oito acusados começou a ser julgada. Dahiana Gisela Madrid pediu para o seu julgamento ser em júri popular. As audiências começaram no dia 2 de outubro de 2024.
— Você acha que um enfermeiro pode ter tido intenção, desejo ou vontade de matar Maradona? Ou interesse econômico? Esse julgamento é um absurdo — disse o advogado da enfermeira.
Uma audiência realizada em março nos Tribunais de San Isidro preparou o terreno para o julgamento de oito profissionais da saúde envolvidos, por meio da análise de mais de 130 mil áudios. Há a expectativa para a definição de quais provas serão consideradas para o processo, no qual são acusados de homicídio simples com eventual dolo.
Os acusados podem pegar de oito a 25 anos de prisão. O julgamento, que deveria ser realizado em julho, foi adiado para março de 2025.
Em outubro, a Justiça da Argentina autorizou a exumação do corpo de Diego Maradona, transladado para um mausoléu em Puerto Madero, bairro de Buenos Aires. No local, será construído um memorial em homenagem ao craque, morto em 2020.
Campeão mundial com a Argentina em 1986 — quando marcou dois gols históricos nas quartas de final contra a Inglaterra, o da "Mano de Dios" e o segundo, driblando meio time inglês —, Maradona teve sua carreira marcada pela genialidade em campo e pelas polêmicas fora dele. O camisa 10 defendeu a seleção em 91 jogos, atuando em quatro Copas do Mundo: 1982, 1986, 1990 e 1994.
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