Gabriel Medina e Filipe Toledo vão se reencontrar no Circuito Mundial de surfe em 2025. Neste ano, Fillipinho ficou afastado das competições para cuidar da saúde mental. Em 2022, foi Medina quem se afastou das ondas em busca de autocuidado. Agora juntos, companheiros desde a adolescência, os surfistas nascidos no litoral norte de São Paulo dizem estar prontos para reconquistar o troféu que o Brasil perdeu neste ano para o havaiano tricampeão mundial John John Florence. Antes, com três títulos de Medina e dois de Filipinho, os brasileiros haviam ganho sete das últimas dez temporadas.
Em encontro na noite desta terça-feira, em um teatro em São Paulo, os amigos Medina, de 30 anos, e Toledo, de 29, falaram sobre a força da Brazilian Storm para a temporada que começa em janeiro, com 11 surfistas brasileiros na elite masculina da WSL. No evento que marcava o lançamento de um clube com piscina de ondas para o surfe a ser inaugura em 2025 na zona sul da capital paulista, Medina e Filipinho também comentaram sobre a preferência pelas ondas artificiais para os Jogos de Los Angeles 2028.
- A gente tem que estar pronto para qualquer situação. Eu gosto da piscina. Eu amo o mar. Claro que eu tive uma situação que eu nunca passei na minha vida. Que foi agora em Teahupo'o. Que não veio onda. Faz parte. O mar tem o seu lado misterioso, que é legal, que deixa o esporte legal. A piscina de onda é algo mais certo, mais performance. Os dois seriam legais. Nos Estados Unidos, eu escolheria uma piscina. Se for no Havaí, eu fico com o Havaí - afirma o medalhista olímpico Gabriel Medina em entrevista ao ge.
Nos Jogos de Paris 2024, Medina ficou sem ondas por mais de 20 minutos no Taiti e perdeu a semifinal para o australiano Jack Robinson. O brasileiro conquistou a medalha olímpica de bronze na sequência.
Até o momento não houve a confirmação por parte do comitê organizador sobre o local das disputas do surfe nas próximas Olimpíadas. Há, porém, especulações de que pode ser na piscina de ondas do surfista americano Kelly Slater, o Surf Ranch, local que recebeu etapas da liga mundial nos últimos anos. Outras possibilidades são Trestles, Huntington Beach ou, como disse Medina, até o Havaí, onde a WSL 2025 começa em 27 de janeiro, em Pipeline.
- Há rumores que vai ser na praia, mas tudo pode acontecer, acho que até lá existem grandes possibilidades de mais piscinas de onda surgirem. Acho que na época que vai acontecer (entre 14 e 30 de julho) e onde vai acontecer, de repente, a piscina de onda seria algo mais certo. Mas o que vier pra gente, a gente tem que estar preparado - completa Filipe Toledo, que mora na Califórnia e foi bicampeão mundial nas ondas de Trestles.
Além do recorde histórico de brasileiros no circuito mundial (11 no masculino mais Tati Weston-Webb, no feminino), a próxima temporada traz novidades em relação às etapas e também ao local onde será decidido o título. O Finals será realizado em Cloudbreak, em Fiji, de 27 de agosto a 4 de setembro. Gabriel Medina venceu lá em 2014, ano que foi campeão mundial pela primeira vez, e 2016.
- Fiji é uma onda que eu gosto. É uma das minhas ondas favoritas. E acabar o circuito lá é algo que me deixa motivado. Então, vou fazer de tudo para estar no Finals. Já faz uns anos também que eu ganhei meu último título (2014, 2018 e 2021). E agora eu estou com esse novo objetivo. Estou 100%. Agora vou voltar aos treinos. Estava de férias. Mas foco é o mesmo. Esse ano foi de aprendizado, de Olimpíadas. Foi um ano super bom. Mas agora vou estar mais forte - diz Medina.
O mesmo otimismo está nas palavras de Filipe Toledo, que semana passada voltou a vestir a lycra, mesmo que em uma bateria especial com convidados, em Natal, no Rio Grande do Norte, depois de quase um ano fora das competições.
- Já me sinto 100%, me sinto bem, me sinto renovado, reenergizado e preparado. 2025 vai ser um ano bem legal, um ano de grandes expectativas. Estou ansioso pela volta e para sentir aquele friozinho na barriga de novo. O objetivo é sempre ser campeão. Se a gente não tem essa meta, acho que não faz muito sentido só estar no circuito mundial por estar. Então, se a gente vai, a gente vai com os dois pés na porta - afirma Filipinho.
Outra novidade é a entrada da piscina de ondas de Abu Dhabi no cronograma da WSL (o Surf Ranch saiu). Além disso, a liga optou pelos retornos dos eventos em Snapper Rocks, na Austrália, Lower Trestles, nos Estados Unidos, e Jeffreys Bay, na África do Sul. Mais uma alteração importante foi no corte que acontecia na metade da temporada e agora passa a ocorrer após o sétimo evento, em Margaret River, na Austrália. Em agosto, na etapa do Taiti, em Teahupoo, são definidos os cinco surfistas do masculino e cinco do feminino classificados para o Finals. A etapa do Brasil, que acontece em Saquarema, no estado do Rio de Janeiro, passou a ser a nona fase da competição.
- Vai ser um ano muito legal, com etapas novas, etapas que já fizeram parte do circuito mundial e agora voltaram. Então, traz um brilho a mais para o circuito. É diferente também por ter mais brasileiros. A concorrência existe de todos os lados, né, o surfe, apesar da gente sempre se dar muito bem, de os brasileiros sempre estarem juntos, existe a concorrência, é um esporte muito individualista, e a gente tá sempre querendo um ganhar do outro. Mas é isso que move a gente também, essa concorrência, a gente querer sempre mostrar o nosso melhor, então vai ser bem legal - finaliza Filipe Toledo.
• Pipeline, Havaí - 27 de janeiro a 8 de fevereiro
• Surf Abu Dhabi, Abu Dhabi - 14 a 16 de Fevereiro
• Peniche, Portugal - 15 a 25 de Março
• Punta Roca, El Salvador - 2 a 12 de Abril
• Bells Beach, Austrália - 18 a 28 de Abril
• Snapper Rocks, Austrália - 3 a 13 de Maio
• Margaret River, Austrália - 17 a 27 de Maio
• Lower Trestles, EUA - 9 a 17 de Junho
• Saquarema, Brasil - 21 a 29 de Junho
• Jeffreys Bay, África do Sul - 11 a 20 de Julho
• Teahupo’o, Taiti - 7 a 16 de Agosto
• WSL Finals: Cloudbreak, Fiji - 27 de Agosto a 4 de Setembro
Sensação
Vento
Umidade