Os aéreos até lembram um pouco os do surfe. Mas com a pipa sobrevoando o céu azul e os fortes ventos do litoral cearense, o kitesurfe pareceu até um pouco mais difícil para o campeão olímpico Ítalo Ferreira. Na lagoa da Taíba, o surfista de 30 anos se aventurou na nova modalidade e o fez muito bem acompanhado. Ao lado do trapper Matuê, um dos artistas mais tocados do país, e da tetracampeã mundial de kite, Bruna Kajiya, o dia praieiro foi de muitos tombos, aprendizados e "aéreos irados". O ge acompanhou a aventura de perto.
Italo Ferreira tem a base do surfe, é bem verdade. Mas os primeiros passos na nova modalidade naturalmente encontraram algumas dificuldades.
- O kite é muito desafiador. É difícil ter controle total do equipamento. Na prancha é mais tranquilo, até porque eu já faço isso há mais tempo. No kite é difícil dominar a pipa, fazer a transição. Mas eu curto desafios, faz parte do meu mundo - disse o campeão mundial e olímpico de surfe.
Italo participou da última etapa do Brasileiro de surfe em Natal, mas mesmo favorito, acabou eliminado. O foco agora é a preparação para o mundial de 2025 na WSL.
- Esse ano eu bati na trave duas vezes. É claro que no próximo ano a meta é ser campeão. Mas o surfe é algo que eu faço com muito amor e por isso as coisas vão acontecendo naturalmente. Ano que vem eu posso sim ser campeão do mundo, até porque já é minha décima temporada então a experiência já conta bastante, só ir pra cima - afirmou.
Matuê é cearense e já conhece bem os ventos e as praias. O contato com o kite não é de hoje, tanto que as manobras já se desenham com maior fluidez.
- A gente está no Hawaí dos kites. Isso aqui é incrível, não tem como não aprender! Eu aprendi a velejar aqui na Taíba, então estamos no meu quintal - disse o trapper.
O artista tem forte ligação com o esporte. Já passeou pelo basquete, pelo skate e alia sempre as atividades físicas à música para trabalhar melhor a criatividade e a cabeça. No kite, a performance foi elogiada pela professora.
- Me disseram que eram dois alunos, mas o Matuê já é fera! - brincou Bruna, quatro vezes campeã do mundo de kitesurfe.
- Quem sabe, quem sabe (risos). Acho que não estou no nível para isso e ainda tem vários "manos" que fazem isso todo dia, estão aí no mar, mas quem sabe a gente ainda vai um dia participar de uma competição - completou Matuê.
Bruna é paulista, vive o kite desde os 15 anos e já conquistou o mundo quatro vezes, sendo a primeira em 2009. Os títulos vieram novamente em 2016, 2017 e 2023, mantendo o nível altíssimo em todas as competições. Com alunos deste calibre, a multicampeã celebrou o bom momento na modalidade
- Ainda estou em temporada e estava treinando demais. Fazia muito tempo, inclusive, que eu não me divertia tanto como foi com eles. Mas agora posso voltar para a rotina de treinos, porque ainda tem prova por aí - relatou.
Bruna irá participar do mundial da modalidade em busca do quinto título. As competições ocorrem na praia do Cumbuco, no Ceará, ainda neste novembro.
Ítalo, por sua vez, se prepara para a próxima temporada da WSL, marcada para ocorrer entre janeiro e setembro de 2025. Nas praias cearenses, o surfista aproveita para ter uns dias de folga experimentando a nova modalidade.
Sensação
Vento
Umidade