Após conquistar o bronze nas Olimpíadas de Paris, Rosamaria está pronta para mais uma temporada com a seleção brasileira. Antes dos próximos desafios com o Brasil, a jogadora voltou ao Japão, onde renovou por mais uma temporada com o Denso Airybees. Em entrevista ao ge, Rosa explicou a decisão de voltar à Liga Japonesa e falou sobre os desafios de morar em um país com uma cultura tão diferente. A oposta também lembrou a conquista na capital francesa e não escondeu o desejo de ganhar um ouro pela seleção.
Em sua primeira semana após o retorno para o Japão, Rosamaria já postou em suas redes sociais a volta aos treinos, exibindo o uniforme para a próxima temporada, e comentou sobre a difícil readaptação ao fuso e ao forte calor.
Rosamaria, que joga como oposta e ponteira, chegou ao Japão na última temporada, depois de passar quatro anos atuando na Itália. Campeã da V.Cup, torneio que encerra o ano da Liga Japonesa, Rosa foi a segunda maior pontuadora da competição nacional. A brasileira chegou à equipe em um período de grande evolução do vôlei japonês, que foi protagonista entre as décadas de 1960 e 1980 e é reconhecido mundialmente pela potência na parte defensiva.
— Foi uma temporada no Japão muito importante, eu vi o quanto acrescentou no meu estilo de jogo. A cultura é incrível, eu já admirava muito a cultura de lá, então foi muito gostoso poder viver lá esses últimos meses. Essa decisão de voltar foi exatamente por ter visto uma evolução para a minha carreira. Acho que ainda posso absorver muita coisa do que eles têm a ensinar. Me sentir muito bem, me sentir em casa, conspirou para essa decisão de voltar ao Japão. Não é fácil, a gente sabe que é longe. Fico muito sozinha, mas ao mesmo tempo é em busca de um objetivo, de voltar ainda melhor no ano que vem e poder contribuir ainda mais com a seleção brasileira — explicou Rosamaria.
Rosamaria levou um tempo para se sentir em casa no Japão, mas o clima amigável nos bastidores da equipe a ajudou a superar as diferenças culturais. Para se adaptar aos costumes japoneses e se comunicar com as colegas de time, Rosa conta com a ajuda de uma tradutora nipo-brasileira e de Marcos Lerbach, brasileiro que faz parte da comissão técnica do Denso.
— As meninas são super simpáticas, claro que sempre tem a barreira da língua. Eu tenho uma tradutora que me ajuda nessa questão, mas elas são muito simpáticas e fazem de tudo para eu poder me sentir parte do time. Por mais que às vezes a gente tenha que falar com Google Tradutor, com mímica, mas não importa, a gente sempre consegue se comunicar. Minha rotina no Japão é muito tranquila e é mais dedicada aos treinos e jogos. Tento absorver um pouco da cultura quando posso, conhecer os lugares, que lá tem muita história, é tudo muito bonito, mas a dedicação é ao vôlei — conta Rosa.
Antes de chegar ao Denso Airybees, Rosamaria defendeu quatro equipes italianas: Perugia, Casalmaggiore, Novara e Busto Arsizio. No Brasil, Rosa passou pelo São Caetano, Campinas, Pinheiros, Minas Tênis Clube e Praia Clube.
O bronze nas Olimpíadas de Paris diante da Turquia foi a segunda medalha olímpica de Rosamaria, que já havia sido prata em Tóquio 2020. Apesar da celebração pelo terceiro lugar, a campanha deixou um gosto amargo depois do Brasil ter sido cotado como um dos favoritos ao título. Mas a eliminação difícil contra os Estados Unidos na semifinal, não diminuiu a emoção da medalha e a vontade de continuar buscando o ouro em Los Angeles 2028.
— Fiquei muito feliz com o que a gente conquistou com a seleção brasileira nessa temporada. A conquista do bronze foi muito especial para esse grupo, por tudo que a gente passou para estar ali. Só dá ainda mais gás para continuar, para ir em busca do ouro nas próximas competições e também me motiva muito, pessoalmente, para essa próxima temporada lá no Japão. Chego com ainda mais vontade de vencer junto com o meu time. Acho que fica como aprendizado e foi uma experiência ótima viver mais uma Olimpíadas. Essa medalha dá muito gás para a gente continuar trabalhando, para querer sempre mais e agora é uma medalha de ouro — falou Rosamaria, que tirou férias após os Jogos e estava treinando no Rio de Janeiro para manter o condicionamento físico antes de retornar ao Japão.
Depois do bronze em Paris, a seleção feminina de vôlei continuará sob o comando de Zé Roberto Guimarães. No ano que vem, o Brasil terá pela frente o Mundial e mais uma Liga das Nações, abrindo o ciclo antes das Olimpíadas de Los Angeles, em 2028.
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