A busca da central Thaisa pelo terceiro ouro olímpico com a seleção feminina de vôlei passa por superar os limites do próprio corpo. É algo comum na vida de atletas de alto nível e que ficou acentuado na carreira da jogadora a partir de 2017, quando passou a sofrer com problemas no joelho esquerdo.
Ela sofreu uma grave lesão pelo Eczacibasi Vitra, da Turquia, com ruptura do ligamento lateral e de parte do menisco - chegou a atuar no sacrifício antes dos exames apontarem a gravidade. Depois também precisou passar por um transplante de cartilagem devido ao desgaste no fêmur e na tíbia e ficou 10 meses em recuperação antes de voltar às quadras.
Agora, aos 37 anos, ela vai para sua quarta edição de Olimpíadas, depois de ficar fora de Tóquio. O objetivo é ganhar mais uma medalha para fechar o ciclo vitorioso na seleção brasileira. A central foi uma das seis jogadoras a conquistarem o bicampeonato olímpico em Pequim 2008 e Londres 2012.
- A minha ambição é buscar o ouro. O que me trouxe de volta é o amor a esse esporte que mudou a minha vida, mudou a vida da minha família e me mudou como pessoa. É o amor pelo esporte que me move na seleção brasileira e também no clube. É uma rotina muito cansativa, mas vale cada segundo. Quando chega um fim de carreira, no meu caso de seleção, é que a gente consegue entender a importância e a grandeza que tem tudo isso aqui. Estou um pouco sentimental ultimamente. Eu não gosto de chorar, mas me emociona, porque vai ser a última com a seleção - comenta Thaisa.
A proteção especial no joelho para treinar e jogar é uma marca visível que a central carrega da série de lesões no joelho esquerdo, mas existem sequelas que não aparecem para os outros e com as quais Thaisa precisa lidar internamente.
- Eu sinto dor todo dia, independentemente do momento. Hoje, eu não preciso estar em quadra para sentir dor. Eu já acordo sentindo dor, mas é o que eu falo. São escolhas. Eu escolhi passar por isso, eu já sabia que iria acontecer. Então, eu preciso estar pronta. Fico na fisioterapia, me preparo na academia. Quando você está focada mentalmente, até as dores consegue superar - diz Thaisa.
A estreia do Brasil em Paris está marcada para o dia 29, às 13h (de Brasília) contra o Quênia. O Brasil estará no Grupo B, ao lado de Quênia, Japão e Polônia.
Veja os grupos do vôlei feminino nas Olimpíadas
*As duas melhores seleções de cada grupo e as duas melhores terceiras colocadas avançarão às quartas de final.
Confira a agenda do Brasil na 1ª fase do torneio feminino de vôlei (horários de Brasília)
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